quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Minha doença

Talves não seja por acaso, talves seja um sinal. Ou então, talves, seja coisa da minha cabeça. Mas é que tudo o que tem acontecido ultimamente parece que se liga a você. O padre, que disse na missa, que pra seguir a Cristo é necessário deixar algo ou alguém, que julgamos incapaz de viver sem, para trás. A amiga, que manda um texto, dizendo que a vida não se resume a alguém que não me quer. A minha mãe, que fala que tenho que olhar pra frente e seguir meu caminho. A saudade fora do comum que eu tenho sentido sua e todos os nossos desencontros. Parece um aviso pra que eu desista de vez, de ter qualquer contato, porque por mais que eu ache que posso resistir, ao te ver, vou cometer os mesmos erros, novamente. É como se eu sofresse de uma doença grave e tomasse medicamentos e ao achar que estava totalmente curada, parasse de tomá-los. E em questão de dias os sintomas reaparecem e descubro que não estou totalmente curada, mas que a tal doença voltou ainda mais forte. E eu tô cansada de me dopar desses medicamentos porque eles não resolvem meu problema, até que aliviam os sintomas, mas não me curam. E eu quero algo que me cure. Ou será que realmente quero? Eu juro que tenho tentado, tenho feito de tudo pra te esquercer. Mas tem sempre uma parte de mim - o coração - que faz questão de me lembrar você. Vai ver que foi o meu comodismo com essa doença que anulou o efeito curativo do remédio. Talves eu não queira tanto ser curada assim. Parece paradoxal, mas é como se eu precisasse dessa doença pra viver, embora saiba que não preciso. Aí eu choro e lembro da imensidão do meu amor por você e me pergunto se ele pode ser esquecido. E a verdade é que enquanto a bendita parte me fizer lembrar você, mesmo que involuntariamente, vai me fazer manter aceso, ao menos um fagulho que seja, de esperança em nós dois, o que já é necessário pra causar um incêndio devastador. E eu nunca lhe dei com uma doença dessa gravidade antes. Posso até ter tido viroses, mas doença assim nunca. E eu não sei o que fazer, porque lhe dar com as viroses era fácil, já tinha descobrido um remédio eficaz e ele sempre funcionava. Eu sabia que poderia seguir tranquila, que a dor seria momentânea, que todo o mal passaria e eu estaria em breve pronta pra outra. Mas com essa doença não, parece que não passa nunca e eu realmente não sei como lhe dar com ela. Eu tenho a impressão que se eu conseguir te apagar de mim, eu nunca mais vou conseguir amar alguém da mesma forma. Então eu me apavoro porque eu morro de medo de não mais amar, de nunca mais sentir meu coração saindo pela boca, de nunca mais sentir aquele enjôo que me revira o estômago de tanta saudade, de nunca mais ter pra quem escrever textos, como esse que te escrevo agora.. E medo de que se não for você, não seja mais ninguém. Por isso toda essa minha urgência, porque apesar dessa doença me deixar na UTI, é por ela que eu ganho forças a cada dia e sem ela nunca teria aprendido as lições que aprendi. E eu realmente não sei o que fazer, seja um aviso ou não tudo o que tenha me acontecido, levo comigo minha doença, me dopando, as vezes, quando a dor se torna insuportável, mas seguindo com ela, até que um dia eu me cure ou ela me leve.

2 comentários:

  1. OMG!!! Letiiiiiiiicia! Morri aqui!!! Para tudooo! Eu a-mei o texto. É lindo e... fala sério! =o Tudo a ver comigo esse texto, parece que eu sou a personagem falando, me identifiquei mto!!!
    Simplismente perfeito. Parabéns, e ... bom eu gostaria de saber quam é que ganha, a pessoa ou a doença. rsrs
    Bjiins

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  2. *-* Que bom que se identificou!
    Respondendo a pergunta, ainda não sei quem ganha, isso só o tempo vai poder responder!
    Beijos :*

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